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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

China, socialismo ou revisionismo?

Duas realidades da China, a do lado esquerdo, mostra como viviam os chineses durante os tempos do presidente Mao, e a do lado direito mostra como vivem os trabalhadores no atual período revisionista.




Introdução

Ainda existem alguns cretinos que apóiam o revisionismo chinês, e não me refiro apenas à oportunistas de meia tigela (PCdoB), mas, oportunistas famosos também, como o sr Prachanda e Hugo Chavez.
Desde a morte do presidente Mao, dia após dia, a antiga República Popular da China vem se mostrando cada vez mais hostil ao comunismo, e mais receptiva aos reacionários do mundo.

A cabeça do dragão
Socialismo de Deng: camarada Yao Wenyuan durante seu julgamento, em 1981.
A “cabeça do dragão revisionista” na China nos tempos da guerrilha Kiangsi era o trotskista Chen Tuxiu, depois do poder popular consolidado, o revisionismo ganhou outra liderança: Liu Shaoqi, do qual Deng Xiaoping era discípulo, os dois literalmente se deram mal durante o início da Grande Revolução Cultural Proletária, Liu Shaoqi acabou morto em 1969, enquanto Deng, retornou como importante liderança no partido em meados dos anos 70.
Deng Xiaoping parecia ser um camarada exemplar, pois esteve presente durante o período da Longa Marcha, lutou contra o imperialismo japonês e durante a segunda guerra contra o Kuomintang. Mas isso não é o suficiente para declarar que ele é um revolucionário convicto, pois se fosse assim, Trotski, Bukharin, Zinoviev e Kamenev também seriam.
Mas desde o VIIIº Congresso do P.C. da China, em 1956, o presidente Mao desmascarou os erros deste futuro contra-revolucionário oportunista.
Em 1975, o primeiro-ministro Zhou En Lai  readmite Deng Xiaoping em suas antigas funções, funções de importância no Partido Comunista, mas, o presidente Mao Tsé Tung o afasta novamente, justamente pelos seus desvios de direita, que desde 1956 já se manifestavam.



De: Bernstein Para: Deng Xiaoping


Hua Guofeng e Tito em 1977
Para entender o que se passava na mente dos revisionistas chineses, é necessário fazer um retorno ao século XIX, tempos da IIª Internacional pelega.
Um cara chamado Bernstein defendia a tese que é a base para a social-democracia de hoje, ele defendia que só poderia haver uma revolução socialista vitoriosa apenas em países desenvolvidos, ou seja, “seria mais fácil consolidar o socialismo no Reino Unido do que em um país como a Rússia czarista ou a China feudal”, então, eles acreditavam que antes de um país se tornar socialista, eles teriam que desenvolver as forças produtivas no capitalismo, então isso significa que o socialismo não tem capacidade de desenvolver as forças produtivas? Essa tese era muito defendida pelos mencheviques.
Um dia, estourou uma revolução comunista na Rússia, sob a liderança do Partido Bolchevique e Lênin, os contra-revolucionários trataram de difundir teses derrotistas, como a já citada, e outra que dizia que se os demais países da Europa não virassem socialistas, o socialismo na Rússia não daria certo, como pode ver o socialismo soviético conseguiu elevar a qualidade de vida da população, transformou um país semifeudal em uma potência capaz de despertar paranóia em toda a direita, isso tudo sem precisar manter um sistema capitalista à longo prazo e sem precisar “exportar” revoluções.
Nos primeiros anos da URSS foi necessária uma coexistência com a burguesia, pois a economia estava destruída, o país sofria embargo, não haviam países dispostor a dar-lhes ajuda material e não havia base tecnológica suficiente para darem os primeiros passos sozinhos, (muito diferente da China em 1976) essa medida era errada, mas necessária. Essa medida ficou conhecida como N.E.P., ou, Nova Política Econômica, tese muito defendida por Trotski e Bukhárin.
Quando foi dada a decisão de colocar fim à NEP, pois no início dos anos 30 a União Soviética já possuía uma base tecnológica e material suficiente para dar , contra-revolucionários como Bukharin, Zinoviev e Kamenev começaram a tramar planos junto com elementos fascistas e antigos kulaks para destituir o camarada Stalin e seguirem aplicando a tese revisionista, mas suas tramas foram descobertas, e esses reacionários junto com seus seguidores foram punidos.
Essa tese menchevique foi difundida no Partido Comunista da China nos anos 20 e 30 pelo contra-revolucionário Chen Tuxiu, mas foi rechaçada. E novamente ganhou fôlego sob o comando de Liu Shaoqi nos anos 50, defendia a continuidade da economia mista e que a ideologia deveria ser posta de lado, o que é uma grande mentira, pois o presidente Mao ensinou que o desenvolvimento e a ideologia trabalham lado a lado, outro grande ensinamento do presidente Mao é que as forças produtivas se desenvolvem mais rápido no socialismo, o “o que levou 200 anos na Inglaterra, a China fará em 50”.
O período da Revolução Cultural também marcou uma era de desenvolvimento das forças produtivas aliado à ideologia, pois, buscava-se se aprimorar mais de forma rápida e simples, eliminando velhas concepções comodistas, herdadas da burguesia, a busca por fabricar produtos simples e de grande confiabilidade, e não produtos vagabundos feitos com mão-de-obra barata como é atualmente.
Foi durante a Revolução Cultural, que a China conseguiu lançar o seu primeiro satélite artificial, em 1970.

A destruição da República Popular da China

Estátua do presidente Mao sendo demolida
Com a morte de Zhou En Lai, marechal Zhu De e o presidente Mao, acabou-se abrindo uma brecha para que os contra-revolucionários botassem as caras para fora, resultado: Hua Guofeng apelidado de Kruschov chinês, assumiu os cargos do presidente Mao, e reintegrou Deng Xiaoping, nesse momento iniciou um grande processo de desmantelamento do maoísmo.
O passo inicial foi prender e condenar os quatro grandes continuadores do maoísmo na época (Yao Wen Yuan, Wang Hong Wen, Zhang Chun Qiao, e a viúva do presidente Mao, Jiang Qing, que foi condenada à prisão perpétua), o que os revisionistas não esperavam, era que a camarada Jiang Qing durante o seu julgamento, de acusada, passaria à acusadora e chamou-os de “agentes do kuomintang”.
Ainda no mesmo ano, os revisionistas resolveram aprontar mais: restabeleceram relações de amizade entre os P.C. Chinês e os revisionistas iugoslavos, e iniciaram um processo de depuração de membros de alto-escalão que ajudaram a Revolução Cultural e criticavam as medidas revisionistas, entre eles, estava Chen Boda, Deng tachava essas pessoas como sendo de “extrema-esquerda”, e como se ele realmente tivesse uma posição correta, talvez a única posição de Deng era ficar de pernas abertas para o capitalismo.
No ano seguinte, foi oficialmente encerrada a Grande Revolução Cultural Proletária, foi iniciado um movimento de crítica à revolução cultural e ao maoísmo, ao qual os revisionistas tacharam de “período de repressão fascista”, no final desse mesmo ano, foi anunciado que em 1978 a China abriria as portas para receber empresas estrangeiras.
Durante o ano de 1977-78 muitos partidos que eram apoiadores do maoísmo iniciaram um movimento de crítica às medidas tomadas pelos revisionistas, inclusive Pol Pot chegou a chamar Deng Xiaoping de contra-revolucionário, as medidas de reabertura para o capitalismo geraram confusão em muitos partidos, e muitos, passaram a apoiar o revisionismo albanês de Hoxha, ao invés de terem continuado fiéis ao maoísmo, como fizeram os camaradas do Peru, Irã e Filipinas.
Assim como Kruschov reintegrou antigos conspiradores condenados durante o processo do bloco trotskista-zinovievista de 1938, Deng reintegrou antigos contra-revolucionários condenados durante a Grande Revolução Cultural Proletária, como o finado Liu Shaoqi.
Tudo em nome do capitalismo, e logo apareceram empresas como a Sony e Coca-Cola, e, depois de terem recebido duras críticas de Enver Hoxha, os revisionistas finalmente rompem as relações diplomáticas com a Albânia em 1978.
Uma nova constituição foi criada (em contraposição à constituição socialista de 1975), para que pudesse garantir a legalidade da contra-revolução.
Retrato do presidente Mao sendo removido da fachada do Museu de História da China, 1981.
As comunas, construídas graças ao suor e dedicação revolucionária do povo, foram desfeitas, dando-se incentivo ao retorno do latifúndio e das antigas relações de produção da China feudal, a lei de 1949, que obrigava o governo a dar emprego e comida aos trabalhadores foi extinta, deixando assim, milhares de pessoas desempregadas, isso, tudo em nome do interesse de empresas estrangeiras, não demorou muito para que uma revolta popular organizada por antigos camaradas defensores do caminho socialista estourasse em Tian Anmen em 1979(a primeira de muitas ocorridas nessa época), a rebelião foi duramente reprimida pela polícia, que na época, já não estava mais a serviço do povo, mas sim da burguesia que havia retornado ao poder. No mesmo ano a China faz um acordo militar com o Japão e Estados Unidos, e restabelece relações diplomáticas com o imperialismo yankee.
Em 1980, uma decisão do Comitê Central ordenou que fossem removidas as fotos, frases e poemas do presidente Mao, alegando ser “culto à personalidade”, qualquer semelhança com Kruschov não é mera coincidência!
A rádio Voz da Revolução Malaia, pertencia ao Partido Comunista da Malásia e estava instalada em Yenan, na China, desde os anos 50, mas acabou fechada em 1981 a pedido de Deng Xiaoping.


O retorno ao confucionismo

Confúcio foi um filósofo reacionário que viveu entre 550 e 479 antes de Cristo, suas concepções influenciavam por muito tempo o modo de vida na China antes da libertação de 1949, as mulheres eram muito prejudicadas, pois eram tratadas de modo inferior aos seus maridos, eram tratadas como um bicho, tudo graças ao pensamento medieval confucionista.
Em 1982, Deng Xiaoping lançou a campanha das “pelos cinco acentos e as três belezas”. os “acentos” eram aqueles sobre a moral, comportamento, disciplina, cortesia e higiene, e as “belezas” eram aquelas do coração, da língua e do ambiente, um programa recalcado baseado numa filosofia antiquada e reacionária.
O governo chinês nos últimos anos enviou mais de 7,5 milhões de dólares para 200 instituições confucionistas em 78 países, fora os grupos de estudos e a criação de universidades confucionistas na China.
Uma estátua de Confúcio foi construída na praça de Tian An Men, fazendo afronta ao retrato do presidente Mao. No período da revolução as teses de Confúcio foram criticadas e suas estátuas transformadas em entulho.

1989:  revolução ou contra-revolução?
Desde 1979 havia manifestações de caráter contra-revolucionário por parte dos intelectuais, que cada vez mais se distanciavam do povo, depois do abandono do modelo revolucionário didático que havia sido adotado pouco antes da Revolução Cultural.
1989: Manifestantes cantando A Internacional, em seguida a polícia meteu pipoco nos manifestantes.
A rebelião de 1989 começou como uma manifestação dos intelectuais burgueses que saudavam a visita de Gorbatchov e pediam pela criação de uma república democrático-burguesa na China, só que a revolta começou a mudar seu caráter quando operários descontentes com a situação em que estavam submetidos depois de 1978, aproveitavam a onda de protestos e saíram às ruas não para pedir uma reforma burguesa, mas um retorno ao modelo socialista de Mao Tsé-tung, tanto é que tropas do exército abriram fogo contra operários que cantavam o clássico hino “A Internacional Comunista”.
A revolta durou pouco tempo, pois, os intelectuais que estavam na liderança das manifestações não possuíam vínculo com os trabalhadores, e tremeram na base quando o governo iniciou a onde de repressão.
Mas, a mídia capitalista distorce os fatos, e trata a rebelião da praça da paz celestial como um evento pró-ocidente, o que não é totalmente verdade.

O Oportunismo de João Amazonas
O Partido Comunista do Brasil seguiu uma linha correta de 1962 a 1976, com base no pensamento Mao Tse Tung (como era chamado o maoísmo naquela época), mas, após a morte de importantes membros do CC como Pedro Pomar e Ângelo Arroyo em dezembro de 1976, a consolidação do revisionismo em 1977, fizeram com que o oportunista João Amazonas atacasse diretamente o maoísmo, com base nas críticas fracas de Enver Hoxha ao invés de ter mantido a bandeira revolucionária do maoísmo ao mesmo tempo em que atacasse as diretrizes revisionistas da China, como fizeram os camaradas do Partido Comunista do Peru (Sendero Luminoso).
Durante a época em que o PCdoB manteve uma linha hoxhaísta, o oportunista Amazonas tratou de papagaiar as críticas de Hoxha ao maoísmo. Quando o revisionismo na Europa entrou em derrocada, João Amazonas passou de crítico de Deng a bajulador desse contra-revolucionário, e o resto, vocês já sabem, um partido mais revisionista que o outro em um grande laço de amizade, ou melhor, o PCdoB atuando como capanga do revisionismo de Deng Xiaoping.

Valeu a pena?

Jiang Zenmin, outro revisionista sucessor de Deng, declarou na tv chinesa que o comunismo é algo antiquado e inalcançável. Isso nos dá uma clara idéia de a que ponto chegou a degeneração no Partido Comunista da China.
A aliança com os norte-americanos trouxe tecnologia e costumes reacionários, já que a China deu apoio ao Talibã nos anos 80, e atualmente fornece armas para que países reacionários consigam colocar fim à guerrilhas organizadas por partidos maoístas, como na Índia e nas Filipinas.
Xiong Hanjiang, teve seus tendões cortados pelo patrão.
O reacionário Deng Xiaoping dizia que “quando se abre a janela entra o ar puro e as moscas”, o ar-puro a que ele ser refere é o desenvolvimento tecnológico, tecnologia não muito confiável, feita com mão de obra barata e até com trabalho escravo, e as moscas, seriam as ações contra-revolucionárias, mas, de contra-revolucionário já bastava ele com a sua gangue traidora.
Atualmente a China é a segunda maior economia do mundo, mas, valeu à pena tentar ser igual às potências imperialistas? Valeu à pena desmantelar as grandes conquistas do povo chinês durante quase 30 anos de luta ideológica?
Vejamos, graças ao revisionismo coisas que haviam desaparecido durante os tempos do presidente Mao retornaram, como por exemplo:

-Prostituição (mais de trinta anos depois da libertação, reapareceram casos em 1982);
-Trabalho escravo;
-Trabalho infantil;
-Agressão aos operários (algo que era muito comum antes de 1949);
-Desmantelamento das fazendas coletivas, gerando assim minifúndios improdutivos, que por sua vez geram êxodo rural;
-Ressurgimento do confucionismo e outras seitas contra-revolucionárias;
-Desemprego;
-Perseguição aos comunistas (vide o caso do camarada Zhao Dongmin);
-Atualmente apenas 30% das empresas são estatais;
-Reaparecimento do modo de vida burguês;
-Negócios anuais de até 200 bilhões de dólares com os norte-americanos;
-Corrupção em meio às autoridades;

Então, vale à pena jogar o povo em meio à esse caos todo? Não, pois só o socialismo é capaz de trazer dignidade ao povo, ou como disse o presidente Mao: “só o socialismo poderá salvar o povo chinês”.

Luta de classes cada vez maior

Polícia reprimindo manifestantes maoístas em setembro desse ano
A luta de classes na China tornou-se mais aguda após o reaparecimento do capitalismo burocrático, operários, estudantes e veteranos estão se levantando contra a opressão do capitalismo na China, há caso de operários sendo esfaqueados por seguranças de uma fábrica depois que fizeram um protesto por melhores condições como aconteceu em Sichuan.
O movimento maoísta vem crescendo bastante na China desde 1994. Fotografias e estátuas do presidente Mao, que no começo dos anos 80 foram consideradas como culto à personalidade voltaram a aparecer em diversos locais da China, sinal que as pessoas estão tomando consciência dos problemas causados pelo capitalismo na China, quem lê as obras do presidente Mao percebe que o que é aplicado atualmente na China é uma contraposição aos ensinamentos do timoneiro. Deng Xiaoping nunca foi maoísta. A agudização da luta de classes, somada à repressão revisionista na China acabará dando origem a uma nova revolução, algo que promete um partido subversivo denominado Partido Comunista Maoísta da China, retornar ao modelo socialista construído antes de 1977.
Um caso bem interessante aconteceu em setembro desse ano em Taiyuan, na China, quando vários camaradas de outro partido subversivo denominado Partido Revolucionário da China, estavam reunidos em praça pública lendo citações do Livro Vermelho em ocasião do 35º aniversário da morte do presidente Mao, a polícia logo chegou dissolvendo a manifestação, mas, felizmente o líder acabou escapando.
Este é o “socialismo” de Deng Xiaoping à Hu Jintao, socialismo que dá para os ricos e tira dos pobres, que destrói o marxismo e ajuda na construção do capitalismo.

ABAIXO AO REVISIONISMO! VIVA O MARXISMO-LENINISMO-MAOÍSMO!

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